sexta-feira, 27 de junho de 2014

DOR CRÔNICA E DOENÇA. VOCÊ SABIA

Dor crônica é doença. Você sabia?

"É só uma dorzinha nas costas". Quantas vezes você já ignorou a sua dor, encarando como algo natural e corriqueiro? Sentir dor é inevitável, mas ao contrário do que pensamos, ela pode e deve ser tratada.

Dor os diferentes tipos e como tratar

A Associação Internacional dos Estudos da Dor define a sensação como uma experiência física e emocional desagradável, associada ou relacionada a lesão real ou potencial dos tecidos.

Existem dois tipos de dor: aguda e crônica. A aguda, que dura segundos, dias ou semanas, ocorre como um sinal de alerta após cirurgias, traumatismo, queimaduras, inflamação ou infecção. Já a dor crônica ou persistente pode durar meses ou anos. Dores de coluna, fibromialgia, neuropatias, lesões por esforços repetitivos (LER) e câncer também podem gerar esse tipo de dor.

A dor aguda não tratada adequadamente leva à dor crônica e se torna a própria doença do paciente. Conviver com essa sensação não leva apenas ao desconforto - compromete o bem-estar social e emocional do indivíduo, que pode sentir-se isolado, ansioso ou deprimido, além de afetar a produtividade no trabalho, o apetite e o sono.

A expressão da dor e a forma de encará-la variam de acordo com a cultura, as experiências anteriores de cada indivíduo e também com o sexo: as mulheres têm mais tendência a sentir diferentes tipos de dores. Segundo a Dra. Fabíola Peixoto Minson, coordenadora do grupo de Tratamento da Dor do Einstein, as dores são mais prevalentes em mulheres em razão de fatores hormonais, genéticos e sociais. "A dupla ou tripla jornada de trabalho deixa as mulheres com mais chance de desenvolverem dores musculoesqueléticas crônicas", explica. A fibromialgia, por exemplo, acomete 7 mulheres para cada homem com esta queixa.

"Por isso a dor nunca deve ser encarada como normal, algo que seja obrigado a se conviver. Muitas vezes a causa não é encontrada, mas mesmo assim a dor deve ser tratada", explica a médica.

Tratamento multidisciplinar

A principal ferramenta para o médico avaliar algo subjetivo como a dor de um paciente é conseguir que este descreva detalhadamente qual a sua característica, intensidade, localização, fatores de melhora e piora, além dos tratamentos anteriores. Uma escala numérica que varia de 0 a 10 pode ser utilizada para analisar o nível da dor, sendo que zero indica nenhuma dor e 10 a pior dor imaginável. Quanto melhor o paciente explicar sua dor, mais facilmente o médico poderá indicar o tratamento adequado.

Já se foi a época de resolver as doenças e as dores somente com medicamentos. No Grupo de Tratamento de Dor do Einstein, a abordagem é multidisciplinar, ou seja, profissionais de diversas áreas atuam conjuntamente com um único objetivo: eliminar ou controlar a dor, promovendo o bem-estar do paciente. "O tratamento multidisciplinar é a chave do sucesso, pois combina analgésicos e medicamentos com atividades físicas, fisioterapia, psicologia e acupuntura", enfatiza a coordenadora do grupo do Einstein. Já existe também um tratamento pela medicina intervencionista, que atua bloqueando os nervos que levam a dor ao cérebro, aliviando a sensação de incômodo.

O núcleo tem o suporte de psicólogos, neurologistas, fisiatras e fisioterapeutas, e acompanha desde pacientes que passaram por um transplante ou tratamento de câncer até aqueles que apresentam dores nas costas ou dores de cabeça.

Dia Mundial Contra a Dor

Pouca gente sabe, mas 17 de outubro é o Dia Mundial da Dor. Idealizada pela Associação Internacional para o Estudo da Dor, a data tem como objetivo conscientizar a população sobre o tema, cada ano enfocando um aspecto diferente. Em 2011, o tema da campanha é Dor Aguda – Prevenir, Aliviar, Avaliar.

Publicada em outubro/2006
Atualizada em maio/2011


O QUE E DOR CRÔNICA

O que é dor crônica?

     A pessoa que sente dor por mais de 3 meses seguidos apresenta, por definição, dor crônica. Na maioria desses casos já existem mecanismos envolvidos na percepção da dor que impedem a resolução do problema apenas pela eliminação do evento que desencadeou a dor inicialmente. Por exemplo, uma pessoa que tem hérnia de disco lombar, não fez o tratamento correto e sofre com a dor há mais de 3 meses, dificilmente resolverá o seu problema apenas com o tratamento da hérnia de disco. Isso acontece por um mecanismo de sensibilização do sistema nervoso central (SNC) e aparecimento da dor neuropática: concomitante ao estímulo doloroso estabelece-se uma geração de sinal doloroso dentro do SNC, que acaba se tornando independente com o tempo e a continuidade do evento inicial. Isso acontece por um aumento da função dos circuitos neuronais que acabam criando uma “memória da dor”, ou seja, as vias nervosas se adaptam à inflamação persistente e à lesão neural. De uma forma semelhante a quando fazemos alguma coisa várias vezes e começamos a fazê-la sem perceber. Por exemplo, andar ou dirigir um carro fica fácil e automático porque o nosso SNC se adaptou e criou um circuito neuronal rápido para tais atividades. Um circuito neuronal criado para a percepção de dor é um grande problema...

Parece que a minha dor lombar está piorando com o tempo. Agora, só de encostar na região eu já sinto dor. Alguma coisa deve estar piorando na minha coluna.

     Sem dúvida, quando ocorre uma alteração dos sintomas deve-se investigar a presença um lesão que esteja piorando o problema. No entanto, a percepção da dor está sujeita a complexas influências positivas e negativas e a presença de dor por muito tempo acaba por diminuir o limiar da dor, aumentar a duração e intensidade do seu sinal e permitir que estímulos geralmente inocentes também gerem dor.

 

O que é possível fazer para evitar essa dor neuropática?

     O mais importante é tratar da melhor forma e o mais rápido possível o evento desencadeador da dor, pois muitas vezes pode-se prevenir a transformação do problema em dor crônica. Alguns pacientes são mais susceptíveis a desenvolver a dor neuropática por apresentarem alguma condição clínica que já tenha sensibilizado o SNC. Nestes casos, vale a pena considerar o tratamento com medicamentos específicos desde o início do quadro.

 

Meu médico receitou um anti-depressivo e um anticonvulsivante para tratar a minha dor. No entanto, não tenho depressão e nem convulsão. Devo tomar esses remédios controlados?

     Os anti-depressivos são excelentes medicamentos contra as dores crônicas especialmente por atuarem contra a sensibilização do SNC, fortalecendo as informações enviadas pelo cérebro para que a dor não seja percebida. Os anticonvulsivantes também são utilizados para muitos tipos de dor neuropática e estão indicados em alguns casos de dor crônica.  As doses destes medicamentos quando utilizados para tratar depressão e epilepsia são bem maiores. Apesar do tratamento da depressão não ser o objetivo na maioria dos casos, não é incomum que sintomas depressivos apareçam no contexto da dor crônica.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

MUITO BOA

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